terça-feira, 2 de junho de 2015

O elefante e a pomba, o medo e as crendices...


Parece um nome plagiado de Nárnia, mas não é, acompanhe o texto até o fim e pense a respeito.
Diz a parábola que 5 cegos estavam em torno de um elefante, então lhes foi ordenado que se aproximassem e tocassem no animal.
O primeiro apalpou a cauda e disse que o elefante era uma pequena corda; o segundo apalpou a tromba e disse que o elefante era uma mangueira; o terceiro apalpou o marfim e disse que o elefante era duro e pontiagudo; o quarto apalpou uma das pernas e afirmou que o elefante era largo como um tronco de árvore; por fim o quinto cego apalpou a orelha e afirmou que o elefante era um pedaço de couro.
Como se pode notar, todos estavam certos, eles tocavam partes de um todo.
Assim alguns filósofos definem deus, uma ideia compartilhada de forma diferente por diversas crenças, mas que são partes de um todo, que não passa de uma muleta metafísica, um escape confortante para aqueles que por si só não conseguem seguir na dura jornada da vida.
O desconhecimento gera o medo, e isso foi fundamental para que os seres humanos começassem a desenvolver suas crendices.
Mas como?
Nosso cérebro sempre procura por padrões, aliás isso não é exclusividade do homo sapiens, muitos animais também possuem cérebros que procuram padronizar o que ocorre para buscar entendimento das coisas.
Entenda como....
Burrhus Frederic Skinner, um psicólogo norte americano, desenvolveu um estudo curioso.
Ele recolheu alguns pombos na praça e os levou para um experimento, que consistia em observar se os animais buscariam padrões em seu comportamento para justificar determinado acontecimento.
Desta forma Skinner pôs os pombos em caixas com um botão e uma portinhola. Assim, ao ficarem famintos, os pombos começaram a bicar a parede da caixa até que, ao bicar o botão, a portinhola se abria e eles podiam recolher o alimento. Após um tempo os pombos voltaram a bicar o botão e o mesmo ocorria.
Assim seus cérebros desenvolveram o padrão para obter alimentos e o tempo entre uma bicada e outra no botão passou a ser menor e de acordo com o interesse dos animais.
Skinner então resolveu criar um padrão que independia da ação dos pombos, ele determinou que a cada 20 segundos o alimento seria fornecido. Sem o padrão anterior, cada pombo fez o que lhe parecia certo para obter alimento, alguns bicavam o chão, outros a parede, houve os que andavam em círculos e os que batiam as asas. Neste momento cada pombo "desenvolveu" seu próprio padrão, pois estavam "convencidos" de que o que faziam era o correto para obter a recompensa.
Esse experimento foi batizado de "Superstição do Pombo", e mostra de forma clara a necessidade do cérebro, (dos animais, e nossos também) de procurar por padrões.
Bem, acredito que neste momento você já deve estar imaginando do porquê dos rituais religiosos ao longo da história da humanidade, os sacrifícios que eram feitos para melhorar colheitas, impedir a ira dos deuses e todas as demais coisas oriundas das crendices.
Um grupo de pessoas dançava quando o tempo mudou e caiu a chuva: bingo! Dancemos para que a chuva caia!
Alguém morreu durante o plantio e a colheita foi farta: eureka! Vamos sempre sacrificar alguém para que a colheita seja boa.
Quando os padrões não funcionavam os antigos sacrificavam de novo, ou simplesmente aceitavam o revés como vontade divina (soa familiar?).
A ignorância das pessoas sobre o entendimento das coisas as igualavam aos pombos, que batiam asas, andavam em círculos, etc., por acharem que "dava certo".
Portanto, todas as vezes que você contemplar alguém rezando/orando para que a chuva caia ou cesse, por exemplo, lembre dos pombos... 
Emoticon wink
Reflitam e questionem... Você realmente acha que os rituais que hoje são praticados influenciam no que vai acontecer? Será que já não está na hora de aceitar que as coisas simplesmente acontecem, independente do seu "padrão"?
Isso é tudo, pense a respeito.
Ah, o fato do pombo ser um símbolo e ter uma participação muito importante na história da maior religião do mundo é mera coincidência... 
Emoticon grin
Até a próxima!

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