terça-feira, 2 de junho de 2015

Etimologia das expressões - Português coloquial

Etimologia é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do
significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem; é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica.
Permita-me listar algumas expressões que usamos, mas desconhecemos a origem:
1- Puta que pariu! / Filho da puta! => Com certa frequência as meretrizes engravidavam, e muitas das vezes os filhos eram de homens importantes da sociedade. Porém, como este filho não era reconhecido por nascer fora do laço entre duas famílias poderosas, ele era um bastardo, e bastardos não possuíam direito algum da herança de seus pais. Os bastardos eram ignorados e marginalizados por "não" terem pai e por terem como mãe prostitutas. Daí a expressão é uma forma de denegrir a pessoa. Ex: Você é um filho da puta!
2- Vá pro caralho! / Vá pra casa do caralho! => As caravelas, dos tempos das grandes navegações, eram equipadas com velas e dependiam do vento para ter propulsão na embarcação. Entre os vários mastros, que sustentavam as velas, havia um principal, que era o mais alto. Nele havia uma escada rústica (tocos de madeiras ao longo do mastro) por onde os marujos subiam até uma base pequena, que ficava no topo do mastro, para avistarem bem longe e checar se havia outros navios ou terra à vista. Essa base era chamada de caralho. Quando alguém cometia indisciplina, o capitão ordenava que o infrator subisse até esta base e permanecesse lá como forma de punição, debaixo de sol ou chuva. Daí nasceu a expressão, que denota irritação com o interlocutor. Ex: Saia daqui, vá pra casa do caralho!

3- É foda! => Na verdade esta expressão é um forma contracta de "é uma foda mal dada", originada na França, pela nobreza que cercava o então rei Luís XVI, que não transava direito com a rainha Antonieta por conta de uma fimose, isso o impediu de consumar o fato direito e de ter herdeiros (por anos). Às amigas a rainha reclamava que era "uma foda mal dada". 
Adendo: Foda vem do inglês fuck, que se originou no filandês arcaico "fokker", que significa "cópula". A expressão, como não poderia deixar de ser, denota insatisfação. Ex: Esse trânsito tá foda!

4- Vá tomar no cu! => No final da Idade Média, quando a Europa foi assolada pela peste bubônica, muitas pessoas eram medicadas com chás e outras misturas da época para o tratamento. Sem antibióticos, os médicos se viravam com o que dispunham. Porém, além da febre alta, outro sintoma que acometia os enfermos era o inchaço das amídalas, que as impossibilitavam de beber alguma coisa. Desta forma o médico aplicava seus remédios via anal nas pessoas, pois eles já sabiam que o corpo absorvia também por ali. Mas tal procedimento, além de invasivo, era totalmente desagradável e dolorido (pelo menos para alguns). No momento em que chegavam os enfermos, eles passava por uma espécie de triagem, onde um médico examinava e distribuía os pacientes. "este vai tomar pela boca", "este vai tomar pelo cu". Daí nasceu a expressão, que denota desejo pelo desprazer do interlocutor. Ex: Não quero falar contigo, vá tomar no cu!
5- Que merda! / Merda! => A Roma antiga era uma cidade extremamente desenvolvida para seu tempo e com o advento das conquistas do império, o governo romano vivia de expandir seus domínios e sua civilização pelas cidades conquistadas. Porém, naquela época não havia sistema de coleta e tratamento de esgoto, os romanos construíram dutos que saíam dos banheiros e eram levados até uma cisterna principal, onde todo dejeto ia se acumulando. Como eram muitas pessoas nas cidades, essas cisternas eram limpas diariamente pelos escravos. Quando o imperador conquistava uma nação, ele colocava os inimigos da nobreza conquistada para se juntar aos escravos nestas tarefas como forma de humilhação. Ele ordenava "vocês irão à merda!". Esta expressão denota irritação e desdém para com o interlocutor. Os nobres se espantavam com o que viam nas cisternas e exclamavam "que merda!", que virou uma expressão que denota tarefa e/ou situação desagradável. Ex: Não quero saber, vá à merda! / Cara, quando vi aquilo eu pensei "que merda!".
Existe as variantes destas expressões, mas estes cinco são a pedra fundamental que enriqueceu o nosso idioma, e são gramaticamente classificadas como "Português Coloquial".
Obs: Este artigo não tem compromisso com a verdade... 
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Até a próxima!

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