sábado, 7 de maio de 2016

Da série "política na rede": O fracasso retumbante da república no Brasil.

República origina-se do latim, "res publica" ou "coisa pública", que no papel significa governo do interesse de todos, onde o povo exerce a soberania, por intermédio dos políticos por ele eleitos, por um determinado período de tempo.

A descrição de república soa tão democrática e amistosa, que sua propaganda se torna quase imbatível, e vem enganando os brasileiros há mais de século.

Infelizmente, como muita coisa em nossa história, a proclamação da república foi mais um fiasco em termos de diplomacia, seriedade, patriotismo e comprometimento. Seu estabelecimento em nosso país nasceu de um golpe de estado, que foi arquitetado por uma minoria escravagista e elitista. Sim, fazendeiros aliados a figuras gananciosas, e proeminentes da sociedade da época (Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, entre outros), ardilosamente induziram Marechal Deodoro da Fonseca a confrontar e destituir o império.

Entretanto, o que poucos sabem, é que o marechal não cavalgou pelo Campo do Santana bradando pela república, ele bradou pelo imperador: "Viva Sua Majestade, o Imperador!".

A luta de Deodoro jamais foi contra a coroa, mas pela mudança do gabinete do império, pela derrubada de Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde do Ouro Preto, com quem o marechal e alguns militares nutriam desavenças.

Porém os conspiradores, que já contavam com a insatisfação de poderosos da elite por conta do fim da escravatura, e aproveitando uma instabilidade política, incitaram o marechal de forma diabólica e cruel. Eles foram até Deodoro e informaram que o imperador, com quem ele possuía amizade, iria nomear Gaspar da Silveira Martins, inimigo mortal do marechal (por causa do amor de uma mulher), como sucessor do Visconde de Ouro Preto, ou seja, como primeiro ministro, e que este havia expedido pedido de prisão de Deodoro.

Ironicamente o imperador Dom Pedro II já decretava a demissão do Visconde de Ouro Preto para reformar o Ministério, por isso os conspiradores precisavam agir rápido, e aproveitaram essa intenção do imperador e mentiram para o marechal dizendo que seu rival assumiria o cargo.

Isso foi demais para marechal Deodoro, que tomado por uma ira impetuosa, e usando de sua liderança e autoridade, acabou por derrubar a monarquia e o império. A família real, acuada, exilou para sua terra natal. Foi o maior exílio de nossa história.

Em sua melancólica despedida, o imperador Dom Pedro II, dilacerado pela traição de seu amigo e pelo esquema minuciosamente armado pelos conspiradores do império, não aceitou a oferta de dinheiro dada por Deodoro para sair do país, pediu apenas um travesseiro com terra do Brasil, para que deitasse sobre ele quando fosse morrer.

Desta forma o marechal Deodoro da Fonseca e os conspiradores estabeleceram a República Federativa Presidencialista, sendo ele o presidente e chefe do Governo Provisório, tendo como vice-presidente o marechal Floriano Peixoto e como ministros Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa,Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk.

O povo em si não tinha nada contra a monarquia, pelo contrário, a princesa Isabel acabara de assinar a Lei Áurea, o que mudou radicalmente a visão de sociedade da época, e isso foi o estopim para que os magnatas escravagistas tramassem contra a coroa.

Enfim, o próprio marechal Deodoro da Fonseca governou por pouco mais de um ano e renunciou, tamanha era a convulsão e brigas políticas pelo poder, que incluía aí o totalitarismo do marechal, interesse dos fazendeiros, arranjos políticos, o fechamento do Congresso e ameaças de guerra civil.

Este foi o nascedouro de nossa república, que surgiu de um estratagema ardiloso, um golpe de estado, que aliás de tempo em tempo voltou a acontecer durante sua fatídica história.

"... não te metas em coisas republicanas, porque no Brasil república e desgraça completa são a mesma coisa...", disse um arrependido (e tomado por remorso) marechal Deodoro da Fonseca, em um trecho de uma carta endereçada ao seu sobrinho, Clodoaldo da Fonseca.

Tarde demais, marechal, tarde demais...

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Da série política na rede: Abaixo o estereótipo de senzala.

Em 13 de maio de 1888 foi promulgada a Lei Áurea, que dava cabo da escravatura no Brasil. O processo de libertação foi gradual e a lei da abolição foi feita após três leis anteriores (Lei Eusébio de Queirós de 1850; Lei do Ventre Livre de 1871; e a Lei dos Sexagenários de 1885).

Neste dia milhares de negros foram soltos, com uma mão na frente e outra atrás, num mundo desconhecido, que os repelia em preconceitos.

Embora muitos escravos possuíssem boa relação com seus senhores desde a época da escravidão vigente (alguns ascenderam a ponto de terem seus próprios escravos), a maioria esmagadora não contava com qualquer tipo de amparo, sendo tratados como sub-raça, que deveria acatar ordens sem contestação sob pena de sofrerem punições severas na carne.

Essa debandada de pessoas sem recursos, estudo, abrigo, sem um caminho a seguir, sem um destino certo levou muitos a retornarem às fazendas e a se submeterem aos seus antigos algozes.

Como se pode ver, às vezes as leis são feitas para servirem de vitrine ao mundo, mas que na prática não ajudam em nada, pelo contrário, se antes os negros foram levados às fazendas pela força, agora retornam empurrados pela humilhação.

Não, não foi fácil passar por tal situação.

Entretanto houve muitos escravos com brios, com gana, homens e mulheres cujo valor excedia em muito as pratas que outrora pagaram por eles.

Estes, contra toda circunstância, se abrigaram às margens das cidades e criaram as próprias comunidades. Muito trabalho teve que ser feito para assentar as pessoas, mas trabalho era algo que não faltou ao longo de suas vidas e não seria agora que eles dariam pra trás, não quando o suor é todo derramado por eles mesmos.

Assim muitas favelas foram criadas e por décadas foram locais considerados non-grato pelos moradores do "asfalto". Entretanto, para os antigos escravos muito melhor era viver num barraco sendo livre do que num palácio sendo escravo, ainda mais quando a realidade deles não era palácio, mas senzalas.

O negro pós abolição possuía o estereótipo de sub-raça, de escravo, um ignorante que não servia pra nada além de trabalhar e servir seus donos.

O tempo passa e os filhos destes negros são criados para serem melhores que seus pais. E são. Com toda adversidade eles respeitam a luta de seus pais por eles e os honram. Eles enfrentam uma sociedade separatista. Porém muitos brancos já se relacionavam com os negros, muitos tinham ojeriza pela escravatura e procuravam aproximar dos negros para provar que a monstruosidade e imoralidade de alguns brancos não era algo que encontrava eco em toda raça.

E assim nasceram os pardos, tão negros em sua raça quanto os escravos.

O negro mais uma vez muda o estereótipo. Não mais vistos como escravos e sub-raça, mas como ignorantes, pobres e carentes de toda sorte de coisas necessárias à uma vida digna.

Com o tempo a sociedade vai mudando. Negros passam a estudar, alguns se tornam proeminentes, embora nem isso os livre de injúrias raciais e racismo. Mas as coisas mudaram.

Muitos negros se tornaram conhecidos e ganharam notoriedade social.

Luís Gama, que sendo filho de branco com negra (pardo, como eu), nasceu durante a escravidão e foi analfabeto até os 17 anos, para depois se tornar orador, escritor e rábula (advogado sem formação, mas com permissão para atuar). Luís Gama intercedeu juridicamente pela própria liberdade e de outros, sendo conhecido como um dos maiores abolicionistas do Brasil, ao lado de José de Alencar e Joaquim Nabuco.


Martin Luther King Jr., grande orador, ativista político e influenciador da comunidade negra nos EUA cujo discurso nomeado "I have a dream" (Eu tenho um sonho), entrou para a história como um dos maiores da história dos negros no mundo ocidental. 


Percy Lavon Julian, neto de escravos nos EUA, um exímio químico que mudou o mundo ao desenvolver esteróides, progesterona e testosterona sintetizados de plantas, possibilitando produção em larga escala. Percy se tornou o maior cientista norte-americano de seu tempo e um dos maiores da história mundial.

Entre outros.

Desta forma os negros provaram que podem tanto ou mais quanto qualquer outro, mostraram que sua capacidade não pode ser questionada pela cor da pele.

Todavia tem acontecido algo que parece macular toda essa história de luta e perseverança, que grandes negros protagonizaram no passado: O movimento negro!

Os ditos movimentos negros têm feito caminho inverso aos ideais dos verdadeiros guerreiros e guerreiras da raça negra. Se antes os negros lutavam pra provar que são capazes de alcançar seus objetivos, os movimentos negros de hoje imploram por ajuda estatal, negando a própria competência. Os líderes deste movimento parecem não aceitar ascensão independente do negro, não permitem nem gostam de ouvir falar de algum que subiu por esforço próprio, pelo contrário, ofendem e oprimem quem se nega a seguir suas cartilhas xingando-os de "negro da casa grande", "negropeu", "palmiteiro" (por se relacionar com brancos), entre outras estupidezes. Eles obrigam que todos se submetam ao estereótipo de pobre coitado incapaz de conseguir as coisas sem ajuda de terceiros. Isso é abominável! Essa turma se alimenta de miséria e carência a fim de obter ajuda financeira estatal para suas ONGs e fundações.

No fim não é o bem estar do negro que lhe interessa, mas a verba governamental. Bando de hipócritas mercenários!

Ver um negro apoiando um roubo praticado por outro negro sob a frágil desculpa de que o branco sempre o oprimiu e que tal atitude é não só justificável, mas correta, acaba por imputar aos negros um estereótipo jamais pensado por aqueles que saíram da escravidão e que lutaram para se estabelecer, é um tiro no pé da raça negra, é cuspir na história de luta de seus antepassados.

Não, não se deve aceitar o estereótipo de senzala, de que negros são sub-raça, vagabundos, ignorantes, que não podem conseguir nada a não ser por meio de paternalidade estatal ou pelo crime. Negros são muito mais do que isso.

Os negros devem repudiar esse tipo de atitude, não devem acatar, devem repelir! Negros não são bandidos e incapazes, nem são inferiores. Aceitar um roubo como correto é ser complacente com o errado, com o que tem que ser excluído da sociedade.

Os negros não querem paternalismo nem precisam de cuidados especiais, mas de oportunidades iguais, somente isso.

O resto virá naturalmente, os grandes da história já provaram isso.

Abs!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O fim não está próximo, já aconteceu.

Circula na grande rede a foto que se tornou viral, onde um menino de aparentemente 3 anos se encontra morto em uma praia da Turquia.

A notícia é que ele é uma das vítimas de um naufrágio que ocorreu durante fuga desesperada de pessoas da região da Síria, onde uma guerra sanguinária entre extremistas se instalou e tem ceifado milhares de vidas inocentes.

A foto choca pela brutalidade que uma inocente criança sofreu por conta da ganância, impiedade e irresponsabilidade de pessoas que visam única e exclusivamente o poder absoluto no país.

Esta é a maior crise migratória que o mundo sofre desde a Segunda Guerra Mundial quando a movimentação de expatriados fervilhava no planeta. Especialistas já afirmam que esta é a maior catástrofe humanitária da história da União Europeia.

O bloco europeu, principalmente do leste, tem se mostrado rígido em aceitar foragidos da África e Ásia, mesmo que isso esteja acordado em tratados recentemente assinados, pois com a crise econômica instalada no velho continente, os governos não tem sustento nem para os seus cidadãos, o que dirá para os expatriados.

Tal inflexibilidade tem gerado manifestações de repúdio por parte da comunidade internacional, que roga à Europa mais humanidade para com os foragidos, que num completo desespero, querem apenas uma chance de viver com pouco mais de dignidade humana.

Todavia há de se levar em conta que não é tão simples resolver esta questão. Ao mesmo tempo que a Europa deve se esforçar para atender o máximo de foragidos que puder, ela também não pode simplesmente abrir as fronteiras e receber um tsunami de expatriados em seu território, pois isso além de não resolver o problema deles ainda vai criar um para si mesma. Não é tão simples como muitos pensam.

Entretanto o que tenho observado é que alguns anticapitalistas, aqueles socialistas-comunistas, que são os heróis detentores da verdade absoluta que levará o planeta ao convívio de paz e prosperidade, têm utilizado de tal cenário para culpar o sistema, como se fosse o capitalismo e não as tiranias ditatoriais das nações africanas e asiáticas que promovessem essa situação.

Não, meus caros, não é o capitalismo! É justamente em nações onde o livre mercado é impedido, onde as manifestações de empreendedorismo individuais são cerceadas que acontece esse tipo de coisa. Todas as nações onde o estado é gigantesco, e toma todas as decisões, possuem um povo miserável, faminto, atrasado, carente e escravizado. É justamente essa mistura abominável de condições sub-humanas que dão forças para que pessoas fujam pra lugares melhores, onde o "abominável" capitalismo não é impedido.

Por isso você vê norte-coreanos tentando fugir pra Coreia do Sul e cubanos fugindo pra Miami.

É pura desonestidade intelectual querer usar uma tragédia pra culpar o sistema que não tem nada a ver com isso. É óbvio que o capitalismo têm seus problemas, mas socialismo e comunismo não funcionaram nem funcionam em lugar algum.

A situação da Europa deve ser bem trabalhada, mas o problema, o foco de todo mal são os países de origem dos foragidos, são os governos lá instalados que devem ser depostos. Enquanto não tirarem os tiranos do comando nada será resolvido, deve-se matar o problema na origem.

Lamento não só pela criança, mas por todos os foragidos, que maltratados em sua própria terra natal se vêem obrigados a arriscarem suas vidas em busca de um lugar onde possam ter paz.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Prudência e canja de galinha...

"Prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém", dizem os antigos.
Marcinha foi ensinada pelos pais a atravessar a rua somente na faixa de pedestres e com o sinal vermelho para os veículos.
Marcinha sabe que tal procedimento é o correto e também previsto em lei, ela sabe que atravessar fora da faixa, ou com o sinal verde para os veículos, poderá trazer sérios problemas pra ela, por isso ela mantém viva em sua mente a instrução dos pais.
Ora, a vovó de Marcinha, detentora de toda sabedoria, a chamou para se sentar próxima dela e disse, "minha filha, preste atenção... Mesmo estando na faixa de pedestres e com o sinal vermelho para os carros, olhe os dois lados antes de atravessar, certifique de que os carros realmente pararam...".
Marcinha replicou, "mas vó, não precisa, é lei e eles precisam respeitar, precisam parar! Se eles atravessarem e causarem acidentes terão que pagar por isso."
"Eu sei, minha filha. Eles têm que parar, mas caso algum não pare quem vai se foder toda será você, pois a culpa sempre será do criminoso, mas as consequências estarão contigo..."
Marcinha entendeu o que sua vovó disse, que embora haja leis bem definidas e que punem os que
cometem crimes, ser prudente nunca é demais.
"Outra coisa, minha filha...", disse a avó.
"Fale, vó... Tô ouvindo!", respondeu Marcinha.
"Evite voltar muito tarde e sozinha por essas ruas desertas, é perigoso... Coloque uma roupa bonita, não precisa ser vulgar, chame atenção por sua personalidade e não por causa de seu corpo. Muito cuidado. Vovó te ama!", concluiu a vovó de Marcinha.
"Ah, sim, vó... Obrigada pela preocupação, eu também te amo!", respondeu Marcinha.
Muito bem, Marcinha... Que bom que você entendeu que prudência e canja de galinha realmente não fazem mal a ninguém, é bom que você esteja ciente que a culpa de um crime jamais é da vítima, mas que o resultado obtido pode sim ter a contribuição da própria vítima, que ignorando a prudência, carregará para sempre as consequências do crime que sofreu...

A Caverna

"Imagine uma caverna...
Dentro dela as pessoas estão acorrentadas e imobilizadas de costas para a entrada, sem ao menos

poder mexer a cabeça para olhar para os lados, a única visão possível é a parede de fundo da caverna.
Na entrada da caverna há uma fogueira e tudo que passa à sua frente projeta sombras na parede de fundo da caverna e essas sombras são tudo que os acorrentados vêem.
Com o tempo eles passam a dar nome ao que vêem, torcem por esta ou aquela sombra, conversam a respeito delas, criam seu mundo baseado naquilo que é projetado na parede.
O tempo passa e um homem se esforça para se libertar daqueles grilhões e, após grande esforço, rompe as correntes.
Ele olha em volta e vê a entrada da caverna. Ele caminha em direção a esta entrada, mesmo com os demais o aconselhando a voltar para onde ele estava.
Ele se aproximou da entrada e observou a fogueira, mas os raios de sol eram demais pra ele, aquela luminosidade era intensa e não lhe permitia ver nada direito, então ele saiu da caverna, mas olhava pra baixo, seus olhos eram sensíveis demais pra aquilo.
Caminhando com as mãos protegendo os olhos, e percorrendo seu olhar para o chão ele viu novas
sombras.
Ao se deparar com um lago ele olhou e viu seu reflexo, ficou deveras extasiado, pois jamais tinha visto a si mesmo.
A noite chegou, e com ela a tão familiar escuridão. Todavia ele jamais havia contemplado aquele tipo de escuridão, pois havia uma certa iluminação no ambiente.
Ele arriscou olhar pro alto e viu a lua. Aquilo era demais, muito lindo! Ele viu as plantas, as árvores e alguns animais sob a luz daquele luar estonteante, e ficou muito feliz.
Com o tempo ele se acostumou com o dia, contemplou o sol em todo seu fulgor, maravilhou-se com o esplendor da natureza e sentiu uma vida que por muito tempo lhe fora negada...
Após aquele mundo de coisas novas e maravilhosas, após uma expansão exponencial de seu conhecimento, ele decidiu voltar para a caverna e contar as boas novas aos outros.
Entretanto, ao chegar na caverna, ele se sentiu um pouco estranho. Não podia acreditar que aquilo era o mundo que ele conhecia, sentiu-se mal por um dia aceitar aquele local primitivo como "o mundo em que vivemos".
Porém ao encontrar os outros e começar a falar das maravilhas que explorou fora da caverna, as pessoas começaram a chamá-lo de louco, insano, duvidaram de suas faculdades mentais e de sua percepção cognitiva, puseram em xeque seus conhecimentos.
Ele tentou argumentar, tentou mostrar às pessoas que aquilo que elas viam no fundo da parede não passavam de sombras, demonstrou pra elas que não eram as coisas reais, até fez algumas sombras pra elas verem, mas de nada adiantou, muito pelo contrário, elas o repudiaram, o odiaram, elas se sentiram ofendidas, pois o conhecimento dele tornava tudo que elas sabiam em nada, reduziu ao ridículo o que elas entendiam por mundo.
Não houve jeito, hostilizado, ele teve que se retirar, não poderia viver ali, ele sabia que não havia como retornar àquela vida medíocre, não depois de adquirir tanto conhecimento."
Esta pequena ilustração é uma adaptação do mito da caverna, de Platão, que tentou explicar a visão de mundo através desta parábola.
Platão acreditava que todos, desde o primeiro dia de vida, contemplam um mundo que não passa de sombras projetadas por alguém, por algum dogma, por alguma tradição.
Como prisioneiros acorrentados, sem pensar fora do coletivo idiotizado, somos levados a formar nossas crenças e percepções segundo a opinião de terceiros, somos frutos de opiniões de segunda mão.
O homem que sai da caverna é aquele que ousa pensar, quando digo pensar, digo refletir sobre as coisas de forma mais profunda e não por meio de explicações simplistas e rasas, que a sociedade, a religião, o status quo, as tradições e demais fundamentos sociais costumam apresentar para nós.
Quem se dá ao trabalho de pensar, assim como o homem que saiu da caverna, deve estar preparado para o rechaço daqueles que permanecem prisioneiros.
A ojeriza, o repúdio, o ódio, enfim, tudo isso se manifesta por quem pensa diferente. As pessoas temem e odeiam o que não entendem.
"O prego que destaca é o primeiro a levar martelada", diz o ditado.
Mas e você? Será que é um livre pensador? Ou ainda está em alguma caverna, que pode ser a religião, a mídia, o status quo, as imposições sociais, etc.
Muitos nascem e morrem sem jamais sairem da caverna, muitos tentam sair, mas a luz do sol os intimida e eles retornam.
Pouquíssimos são os que conseguem enfrentar o desconhecido, sair da caverna e ter uma visão completa das coisas.
Diga-me, onde está você?...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Da série "Profetas e profecias": Sua bunda faz sucesso!

Lá estava o pequeno eu, aos 6, 7 anos, brincando com uma turminha animada e fazendo pegadinhas com as demais crianças.
Lembro-me de chegar para um incauto e perguntar "O que está escrito na bandeira do Brasil?", ao que o desavisado respondia "Ordem e progresso", então vitorioso eu replicava "Sua bunda faz sucesso!".
Era pra ser apenas uma brincadeira infantil, mas quem diria que aquilo se tratava de um pequeno profeta e sua mais precisa profecia...
Hoje, quase 30 anos depois, vejo que o país da bandeira em questão, efetivamente dá os louros às bundas apetecidas que desfilam pela mídia bundalizada.
Realities shows, programas família, programas de culinária, programação dominical, todos temperados por uma bunda voluptuosa, alguns mais, outros menos.
Em certos programas ela aparece de vez em quando, em outros ela é sagrada, a bunda sobrepôs o cérebro, o traseiro rebolante sobrepôs o cérebro pensante, e assim caminha um país mais conhecido por suas bundas do que por suas mentes, um país onde a academia de ginástica é um investimento melhor que uma academia literária, científica, etc.
Quem se importa com o adolescente carioca de 16 anos campeão internacional de matemática quando temos uma miss bumbum envolvida com um jogador de futebol de fama mundial? Quem se importa com o exoesqueleto desenvolvido por cientistas brasileiros com a incrível capacidade de fazer paraplégicos andar quando a bunda do Hulk faz volume no short da seleção brasileira?
Enfim, aquele pequeno garoto, que se divertia e achava graça de uma bunda fazer sucesso, hoje se vê estupefato por perceber (e se perguntar) como uma piada pode ser tão cultuada a ponto de definir os objetivos de milhares de pessoas, que se empenham vigorosamente em investir em suas bundas, pois estão cientes de que o suce$$o no Brasil vem estampado no traseiro e não na testa.
Desejo a todos uma vida abundante!

Política, futebol e religião - Tudo se discute


Alguém certa vez disse que "há três coisas que não se discute: política, religião e futebol".
Tal afirmação foi tantas vezes repetida, que a cultura popular a absorveu completamente, a ponto de pôr sobre tais temas uma áurea sacrossanta, que realmente validou a afirmação.
Falar sobre isso se tornou algo delicado e polêmico, a maioria não cogita iniciar um debate sobre estes assuntos, e aqueles que se aventuram são os chatos, os que gostam de discutir e expôr seu ponto de vista.
Pois bem, o que temos visto destas três áreas que influenciam diretamente nossa sociedade?
Na política há um longo histórico de roubo do dinheiro público, temos o mensalão, petrolão, privataria, BNDESão, corrupção e desvio de dinheiro, entre outros.
Na religião temos visto grandes igrejas arrecadando milhões de reais sem reverter um centavo sequer em impostos, vemos a manipulação da fé das pessoas, estelionato, enganação, pedofilia, leis baseadas em crenças, intolerância, entre outras.
No futebol, que sempre foi o motivo de orgulho do povo brasileiro, acabamos de virar notícia internacional, não por gols ou jogadas plásticas de alguns de nossos jogadores, mas por causa da corrupção que há mais de 20 anos assola nossa maior entidade, lembrando que neste mesmo "balaio de gato" há a "Copa das Copas", onde a FIFA foi "isenta" de pagar impostos, além do superfaturamento na construção e reformas dos estádios usados na Copa do Mundo.
Como se pode ver, aquilo que não se debate não fica bem compreendido, se não fica bem compreendido não fica às claras, se não fica às claras coisas suspeitas acontecem.
Você aí não gosta de discutir política, mas Lula, Dilma, Aécio, Dirceu, Collor, etc., eles gostam.
Você não gosta de discutir religião, mas o Valdemiro, Malafaia, Edir Macedo, Feliciano, etc., eles gostam.
Você não gosta de discutir futebol, mas José Marín, Ricardo Teixeira, Eurico Miranda, etc., eles gostam.
Então a partir de hoje ponha uma coisa em sua cabeça:
NÃO EXISTE COISA QUE NÃO SE DISCUTE, O QUE EXISTE É PESSOA COM QUEM NÃO SE DISCUTE.
Até a próxima.