terça-feira, 29 de setembro de 2015

Da série política na rede: Abaixo o estereótipo de senzala.

Em 13 de maio de 1888 foi promulgada a Lei Áurea, que dava cabo da escravatura no Brasil. O processo de libertação foi gradual e a lei da abolição foi feita após três leis anteriores (Lei Eusébio de Queirós de 1850; Lei do Ventre Livre de 1871; e a Lei dos Sexagenários de 1885).

Neste dia milhares de negros foram soltos, com uma mão na frente e outra atrás, num mundo desconhecido, que os repelia em preconceitos.

Embora muitos escravos possuíssem boa relação com seus senhores desde a época da escravidão vigente (alguns ascenderam a ponto de terem seus próprios escravos), a maioria esmagadora não contava com qualquer tipo de amparo, sendo tratados como sub-raça, que deveria acatar ordens sem contestação sob pena de sofrerem punições severas na carne.

Essa debandada de pessoas sem recursos, estudo, abrigo, sem um caminho a seguir, sem um destino certo levou muitos a retornarem às fazendas e a se submeterem aos seus antigos algozes.

Como se pode ver, às vezes as leis são feitas para servirem de vitrine ao mundo, mas que na prática não ajudam em nada, pelo contrário, se antes os negros foram levados às fazendas pela força, agora retornam empurrados pela humilhação.

Não, não foi fácil passar por tal situação.

Entretanto houve muitos escravos com brios, com gana, homens e mulheres cujo valor excedia em muito as pratas que outrora pagaram por eles.

Estes, contra toda circunstância, se abrigaram às margens das cidades e criaram as próprias comunidades. Muito trabalho teve que ser feito para assentar as pessoas, mas trabalho era algo que não faltou ao longo de suas vidas e não seria agora que eles dariam pra trás, não quando o suor é todo derramado por eles mesmos.

Assim muitas favelas foram criadas e por décadas foram locais considerados non-grato pelos moradores do "asfalto". Entretanto, para os antigos escravos muito melhor era viver num barraco sendo livre do que num palácio sendo escravo, ainda mais quando a realidade deles não era palácio, mas senzalas.

O negro pós abolição possuía o estereótipo de sub-raça, de escravo, um ignorante que não servia pra nada além de trabalhar e servir seus donos.

O tempo passa e os filhos destes negros são criados para serem melhores que seus pais. E são. Com toda adversidade eles respeitam a luta de seus pais por eles e os honram. Eles enfrentam uma sociedade separatista. Porém muitos brancos já se relacionavam com os negros, muitos tinham ojeriza pela escravatura e procuravam aproximar dos negros para provar que a monstruosidade e imoralidade de alguns brancos não era algo que encontrava eco em toda raça.

E assim nasceram os pardos, tão negros em sua raça quanto os escravos.

O negro mais uma vez muda o estereótipo. Não mais vistos como escravos e sub-raça, mas como ignorantes, pobres e carentes de toda sorte de coisas necessárias à uma vida digna.

Com o tempo a sociedade vai mudando. Negros passam a estudar, alguns se tornam proeminentes, embora nem isso os livre de injúrias raciais e racismo. Mas as coisas mudaram.

Muitos negros se tornaram conhecidos e ganharam notoriedade social.

Luís Gama, que sendo filho de branco com negra (pardo, como eu), nasceu durante a escravidão e foi analfabeto até os 17 anos, para depois se tornar orador, escritor e rábula (advogado sem formação, mas com permissão para atuar). Luís Gama intercedeu juridicamente pela própria liberdade e de outros, sendo conhecido como um dos maiores abolicionistas do Brasil, ao lado de José de Alencar e Joaquim Nabuco.


Martin Luther King Jr., grande orador, ativista político e influenciador da comunidade negra nos EUA cujo discurso nomeado "I have a dream" (Eu tenho um sonho), entrou para a história como um dos maiores da história dos negros no mundo ocidental. 


Percy Lavon Julian, neto de escravos nos EUA, um exímio químico que mudou o mundo ao desenvolver esteróides, progesterona e testosterona sintetizados de plantas, possibilitando produção em larga escala. Percy se tornou o maior cientista norte-americano de seu tempo e um dos maiores da história mundial.

Entre outros.

Desta forma os negros provaram que podem tanto ou mais quanto qualquer outro, mostraram que sua capacidade não pode ser questionada pela cor da pele.

Todavia tem acontecido algo que parece macular toda essa história de luta e perseverança, que grandes negros protagonizaram no passado: O movimento negro!

Os ditos movimentos negros têm feito caminho inverso aos ideais dos verdadeiros guerreiros e guerreiras da raça negra. Se antes os negros lutavam pra provar que são capazes de alcançar seus objetivos, os movimentos negros de hoje imploram por ajuda estatal, negando a própria competência. Os líderes deste movimento parecem não aceitar ascensão independente do negro, não permitem nem gostam de ouvir falar de algum que subiu por esforço próprio, pelo contrário, ofendem e oprimem quem se nega a seguir suas cartilhas xingando-os de "negro da casa grande", "negropeu", "palmiteiro" (por se relacionar com brancos), entre outras estupidezes. Eles obrigam que todos se submetam ao estereótipo de pobre coitado incapaz de conseguir as coisas sem ajuda de terceiros. Isso é abominável! Essa turma se alimenta de miséria e carência a fim de obter ajuda financeira estatal para suas ONGs e fundações.

No fim não é o bem estar do negro que lhe interessa, mas a verba governamental. Bando de hipócritas mercenários!

Ver um negro apoiando um roubo praticado por outro negro sob a frágil desculpa de que o branco sempre o oprimiu e que tal atitude é não só justificável, mas correta, acaba por imputar aos negros um estereótipo jamais pensado por aqueles que saíram da escravidão e que lutaram para se estabelecer, é um tiro no pé da raça negra, é cuspir na história de luta de seus antepassados.

Não, não se deve aceitar o estereótipo de senzala, de que negros são sub-raça, vagabundos, ignorantes, que não podem conseguir nada a não ser por meio de paternalidade estatal ou pelo crime. Negros são muito mais do que isso.

Os negros devem repudiar esse tipo de atitude, não devem acatar, devem repelir! Negros não são bandidos e incapazes, nem são inferiores. Aceitar um roubo como correto é ser complacente com o errado, com o que tem que ser excluído da sociedade.

Os negros não querem paternalismo nem precisam de cuidados especiais, mas de oportunidades iguais, somente isso.

O resto virá naturalmente, os grandes da história já provaram isso.

Abs!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O fim não está próximo, já aconteceu.

Circula na grande rede a foto que se tornou viral, onde um menino de aparentemente 3 anos se encontra morto em uma praia da Turquia.

A notícia é que ele é uma das vítimas de um naufrágio que ocorreu durante fuga desesperada de pessoas da região da Síria, onde uma guerra sanguinária entre extremistas se instalou e tem ceifado milhares de vidas inocentes.

A foto choca pela brutalidade que uma inocente criança sofreu por conta da ganância, impiedade e irresponsabilidade de pessoas que visam única e exclusivamente o poder absoluto no país.

Esta é a maior crise migratória que o mundo sofre desde a Segunda Guerra Mundial quando a movimentação de expatriados fervilhava no planeta. Especialistas já afirmam que esta é a maior catástrofe humanitária da história da União Europeia.

O bloco europeu, principalmente do leste, tem se mostrado rígido em aceitar foragidos da África e Ásia, mesmo que isso esteja acordado em tratados recentemente assinados, pois com a crise econômica instalada no velho continente, os governos não tem sustento nem para os seus cidadãos, o que dirá para os expatriados.

Tal inflexibilidade tem gerado manifestações de repúdio por parte da comunidade internacional, que roga à Europa mais humanidade para com os foragidos, que num completo desespero, querem apenas uma chance de viver com pouco mais de dignidade humana.

Todavia há de se levar em conta que não é tão simples resolver esta questão. Ao mesmo tempo que a Europa deve se esforçar para atender o máximo de foragidos que puder, ela também não pode simplesmente abrir as fronteiras e receber um tsunami de expatriados em seu território, pois isso além de não resolver o problema deles ainda vai criar um para si mesma. Não é tão simples como muitos pensam.

Entretanto o que tenho observado é que alguns anticapitalistas, aqueles socialistas-comunistas, que são os heróis detentores da verdade absoluta que levará o planeta ao convívio de paz e prosperidade, têm utilizado de tal cenário para culpar o sistema, como se fosse o capitalismo e não as tiranias ditatoriais das nações africanas e asiáticas que promovessem essa situação.

Não, meus caros, não é o capitalismo! É justamente em nações onde o livre mercado é impedido, onde as manifestações de empreendedorismo individuais são cerceadas que acontece esse tipo de coisa. Todas as nações onde o estado é gigantesco, e toma todas as decisões, possuem um povo miserável, faminto, atrasado, carente e escravizado. É justamente essa mistura abominável de condições sub-humanas que dão forças para que pessoas fujam pra lugares melhores, onde o "abominável" capitalismo não é impedido.

Por isso você vê norte-coreanos tentando fugir pra Coreia do Sul e cubanos fugindo pra Miami.

É pura desonestidade intelectual querer usar uma tragédia pra culpar o sistema que não tem nada a ver com isso. É óbvio que o capitalismo têm seus problemas, mas socialismo e comunismo não funcionaram nem funcionam em lugar algum.

A situação da Europa deve ser bem trabalhada, mas o problema, o foco de todo mal são os países de origem dos foragidos, são os governos lá instalados que devem ser depostos. Enquanto não tirarem os tiranos do comando nada será resolvido, deve-se matar o problema na origem.

Lamento não só pela criança, mas por todos os foragidos, que maltratados em sua própria terra natal se vêem obrigados a arriscarem suas vidas em busca de um lugar onde possam ter paz.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Prudência e canja de galinha...

"Prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém", dizem os antigos.
Marcinha foi ensinada pelos pais a atravessar a rua somente na faixa de pedestres e com o sinal vermelho para os veículos.
Marcinha sabe que tal procedimento é o correto e também previsto em lei, ela sabe que atravessar fora da faixa, ou com o sinal verde para os veículos, poderá trazer sérios problemas pra ela, por isso ela mantém viva em sua mente a instrução dos pais.
Ora, a vovó de Marcinha, detentora de toda sabedoria, a chamou para se sentar próxima dela e disse, "minha filha, preste atenção... Mesmo estando na faixa de pedestres e com o sinal vermelho para os carros, olhe os dois lados antes de atravessar, certifique de que os carros realmente pararam...".
Marcinha replicou, "mas vó, não precisa, é lei e eles precisam respeitar, precisam parar! Se eles atravessarem e causarem acidentes terão que pagar por isso."
"Eu sei, minha filha. Eles têm que parar, mas caso algum não pare quem vai se foder toda será você, pois a culpa sempre será do criminoso, mas as consequências estarão contigo..."
Marcinha entendeu o que sua vovó disse, que embora haja leis bem definidas e que punem os que
cometem crimes, ser prudente nunca é demais.
"Outra coisa, minha filha...", disse a avó.
"Fale, vó... Tô ouvindo!", respondeu Marcinha.
"Evite voltar muito tarde e sozinha por essas ruas desertas, é perigoso... Coloque uma roupa bonita, não precisa ser vulgar, chame atenção por sua personalidade e não por causa de seu corpo. Muito cuidado. Vovó te ama!", concluiu a vovó de Marcinha.
"Ah, sim, vó... Obrigada pela preocupação, eu também te amo!", respondeu Marcinha.
Muito bem, Marcinha... Que bom que você entendeu que prudência e canja de galinha realmente não fazem mal a ninguém, é bom que você esteja ciente que a culpa de um crime jamais é da vítima, mas que o resultado obtido pode sim ter a contribuição da própria vítima, que ignorando a prudência, carregará para sempre as consequências do crime que sofreu...

A Caverna

"Imagine uma caverna...
Dentro dela as pessoas estão acorrentadas e imobilizadas de costas para a entrada, sem ao menos

poder mexer a cabeça para olhar para os lados, a única visão possível é a parede de fundo da caverna.
Na entrada da caverna há uma fogueira e tudo que passa à sua frente projeta sombras na parede de fundo da caverna e essas sombras são tudo que os acorrentados vêem.
Com o tempo eles passam a dar nome ao que vêem, torcem por esta ou aquela sombra, conversam a respeito delas, criam seu mundo baseado naquilo que é projetado na parede.
O tempo passa e um homem se esforça para se libertar daqueles grilhões e, após grande esforço, rompe as correntes.
Ele olha em volta e vê a entrada da caverna. Ele caminha em direção a esta entrada, mesmo com os demais o aconselhando a voltar para onde ele estava.
Ele se aproximou da entrada e observou a fogueira, mas os raios de sol eram demais pra ele, aquela luminosidade era intensa e não lhe permitia ver nada direito, então ele saiu da caverna, mas olhava pra baixo, seus olhos eram sensíveis demais pra aquilo.
Caminhando com as mãos protegendo os olhos, e percorrendo seu olhar para o chão ele viu novas
sombras.
Ao se deparar com um lago ele olhou e viu seu reflexo, ficou deveras extasiado, pois jamais tinha visto a si mesmo.
A noite chegou, e com ela a tão familiar escuridão. Todavia ele jamais havia contemplado aquele tipo de escuridão, pois havia uma certa iluminação no ambiente.
Ele arriscou olhar pro alto e viu a lua. Aquilo era demais, muito lindo! Ele viu as plantas, as árvores e alguns animais sob a luz daquele luar estonteante, e ficou muito feliz.
Com o tempo ele se acostumou com o dia, contemplou o sol em todo seu fulgor, maravilhou-se com o esplendor da natureza e sentiu uma vida que por muito tempo lhe fora negada...
Após aquele mundo de coisas novas e maravilhosas, após uma expansão exponencial de seu conhecimento, ele decidiu voltar para a caverna e contar as boas novas aos outros.
Entretanto, ao chegar na caverna, ele se sentiu um pouco estranho. Não podia acreditar que aquilo era o mundo que ele conhecia, sentiu-se mal por um dia aceitar aquele local primitivo como "o mundo em que vivemos".
Porém ao encontrar os outros e começar a falar das maravilhas que explorou fora da caverna, as pessoas começaram a chamá-lo de louco, insano, duvidaram de suas faculdades mentais e de sua percepção cognitiva, puseram em xeque seus conhecimentos.
Ele tentou argumentar, tentou mostrar às pessoas que aquilo que elas viam no fundo da parede não passavam de sombras, demonstrou pra elas que não eram as coisas reais, até fez algumas sombras pra elas verem, mas de nada adiantou, muito pelo contrário, elas o repudiaram, o odiaram, elas se sentiram ofendidas, pois o conhecimento dele tornava tudo que elas sabiam em nada, reduziu ao ridículo o que elas entendiam por mundo.
Não houve jeito, hostilizado, ele teve que se retirar, não poderia viver ali, ele sabia que não havia como retornar àquela vida medíocre, não depois de adquirir tanto conhecimento."
Esta pequena ilustração é uma adaptação do mito da caverna, de Platão, que tentou explicar a visão de mundo através desta parábola.
Platão acreditava que todos, desde o primeiro dia de vida, contemplam um mundo que não passa de sombras projetadas por alguém, por algum dogma, por alguma tradição.
Como prisioneiros acorrentados, sem pensar fora do coletivo idiotizado, somos levados a formar nossas crenças e percepções segundo a opinião de terceiros, somos frutos de opiniões de segunda mão.
O homem que sai da caverna é aquele que ousa pensar, quando digo pensar, digo refletir sobre as coisas de forma mais profunda e não por meio de explicações simplistas e rasas, que a sociedade, a religião, o status quo, as tradições e demais fundamentos sociais costumam apresentar para nós.
Quem se dá ao trabalho de pensar, assim como o homem que saiu da caverna, deve estar preparado para o rechaço daqueles que permanecem prisioneiros.
A ojeriza, o repúdio, o ódio, enfim, tudo isso se manifesta por quem pensa diferente. As pessoas temem e odeiam o que não entendem.
"O prego que destaca é o primeiro a levar martelada", diz o ditado.
Mas e você? Será que é um livre pensador? Ou ainda está em alguma caverna, que pode ser a religião, a mídia, o status quo, as imposições sociais, etc.
Muitos nascem e morrem sem jamais sairem da caverna, muitos tentam sair, mas a luz do sol os intimida e eles retornam.
Pouquíssimos são os que conseguem enfrentar o desconhecido, sair da caverna e ter uma visão completa das coisas.
Diga-me, onde está você?...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Da série "Profetas e profecias": Sua bunda faz sucesso!

Lá estava o pequeno eu, aos 6, 7 anos, brincando com uma turminha animada e fazendo pegadinhas com as demais crianças.
Lembro-me de chegar para um incauto e perguntar "O que está escrito na bandeira do Brasil?", ao que o desavisado respondia "Ordem e progresso", então vitorioso eu replicava "Sua bunda faz sucesso!".
Era pra ser apenas uma brincadeira infantil, mas quem diria que aquilo se tratava de um pequeno profeta e sua mais precisa profecia...
Hoje, quase 30 anos depois, vejo que o país da bandeira em questão, efetivamente dá os louros às bundas apetecidas que desfilam pela mídia bundalizada.
Realities shows, programas família, programas de culinária, programação dominical, todos temperados por uma bunda voluptuosa, alguns mais, outros menos.
Em certos programas ela aparece de vez em quando, em outros ela é sagrada, a bunda sobrepôs o cérebro, o traseiro rebolante sobrepôs o cérebro pensante, e assim caminha um país mais conhecido por suas bundas do que por suas mentes, um país onde a academia de ginástica é um investimento melhor que uma academia literária, científica, etc.
Quem se importa com o adolescente carioca de 16 anos campeão internacional de matemática quando temos uma miss bumbum envolvida com um jogador de futebol de fama mundial? Quem se importa com o exoesqueleto desenvolvido por cientistas brasileiros com a incrível capacidade de fazer paraplégicos andar quando a bunda do Hulk faz volume no short da seleção brasileira?
Enfim, aquele pequeno garoto, que se divertia e achava graça de uma bunda fazer sucesso, hoje se vê estupefato por perceber (e se perguntar) como uma piada pode ser tão cultuada a ponto de definir os objetivos de milhares de pessoas, que se empenham vigorosamente em investir em suas bundas, pois estão cientes de que o suce$$o no Brasil vem estampado no traseiro e não na testa.
Desejo a todos uma vida abundante!

Política, futebol e religião - Tudo se discute


Alguém certa vez disse que "há três coisas que não se discute: política, religião e futebol".
Tal afirmação foi tantas vezes repetida, que a cultura popular a absorveu completamente, a ponto de pôr sobre tais temas uma áurea sacrossanta, que realmente validou a afirmação.
Falar sobre isso se tornou algo delicado e polêmico, a maioria não cogita iniciar um debate sobre estes assuntos, e aqueles que se aventuram são os chatos, os que gostam de discutir e expôr seu ponto de vista.
Pois bem, o que temos visto destas três áreas que influenciam diretamente nossa sociedade?
Na política há um longo histórico de roubo do dinheiro público, temos o mensalão, petrolão, privataria, BNDESão, corrupção e desvio de dinheiro, entre outros.
Na religião temos visto grandes igrejas arrecadando milhões de reais sem reverter um centavo sequer em impostos, vemos a manipulação da fé das pessoas, estelionato, enganação, pedofilia, leis baseadas em crenças, intolerância, entre outras.
No futebol, que sempre foi o motivo de orgulho do povo brasileiro, acabamos de virar notícia internacional, não por gols ou jogadas plásticas de alguns de nossos jogadores, mas por causa da corrupção que há mais de 20 anos assola nossa maior entidade, lembrando que neste mesmo "balaio de gato" há a "Copa das Copas", onde a FIFA foi "isenta" de pagar impostos, além do superfaturamento na construção e reformas dos estádios usados na Copa do Mundo.
Como se pode ver, aquilo que não se debate não fica bem compreendido, se não fica bem compreendido não fica às claras, se não fica às claras coisas suspeitas acontecem.
Você aí não gosta de discutir política, mas Lula, Dilma, Aécio, Dirceu, Collor, etc., eles gostam.
Você não gosta de discutir religião, mas o Valdemiro, Malafaia, Edir Macedo, Feliciano, etc., eles gostam.
Você não gosta de discutir futebol, mas José Marín, Ricardo Teixeira, Eurico Miranda, etc., eles gostam.
Então a partir de hoje ponha uma coisa em sua cabeça:
NÃO EXISTE COISA QUE NÃO SE DISCUTE, O QUE EXISTE É PESSOA COM QUEM NÃO SE DISCUTE.
Até a próxima.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Da série "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço": Comunismo

"Sou de classe média, sou comunista, vendi tudo que possuía, construí um grande abrigo para viver junto dos mais necessitados e tudo agora pertence a todos". (frase jamais dita por um comunista).

Nunca ouvi isso, acredito que você também não. 

O Comunismo pede o fim da propriedade privada conforme o Manifesto do Partido Comunista:

"Os proletários nada têm de seu a salvaguardar; sua missão é destruir todas as garantias e seguranças da propriedade privada até aqui existentes."

E reforça mais adiante:

"Nesse sentido, os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula única: abolição da propriedade privada."

Pessoas, se você parar pra observar a natureza verá que os cães, gatos, lobos, leões, etc, são animais que urinam em pontos estratégicos para demarcar seu território, sua área, sua PROPRIEDADE.

Ora, se até os animais lutam para ter e manter sua propriedade, como podem os idealistas
do Comunismo sentenciar que as propriedades privadas devem ser sumariamente destruídas?

Já postei aqui que essa ideologia ignora completamente a menor das minorias, que é o indivíduo, e então trata de criar os "coletivos" disso e daquilo, os movimentos "sociais", e coisas do tipo, como se uma meia dúzia de retardados pudesse falar por toda nação.

Todavia é uma brutalidade e uma grande estupidez forçar pessoas completamente diferentes umas das outras a aspirarem as mesmas coisas, a acatar a mesma opinião, o mesmo gosto, a se portar do mesmo jeito, etc., não dá pra ser assim, pessoas são diferentes e isso deve ser respeitado!

O estado não tem que se meter no privado e ponto!

Embora eu conheça pessoas com vertentes esquerdistas que são inteligentes, que podem manter um diálogo sensato e sadio, nem eles podem se declarar "comunistas" se ainda vivem em suas propriedades privadas, pois se optaram por não seguir o que a ideologia prega não passam de "posers".

Estou no aguardo pra ver aquela frase inicial ser vivenciada pelos comunistas modinhas, que não estudam sobre a própria ideologia, não têm noção do que defendem e não passam de maritacas anencéfalas repetidoras de discursinhos manjados e vazios.

;)

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Da série "Respeito é bom e todos gostam": Vilipêndio ao objeto de culto.

A Constituição Federal prevê em seu artigo 5º, Inciso VI:

"é inviolável a liberdade de consciência religiosa e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias."

O Código Penal (Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940), estabelece em seu art. 208:

"Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou pratica de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso

Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), sem prejuízo da correspondente à violência."

O que se viu na última parada gay (07/06/15) foi o completo descumprimento da lei, pois objetos notórios de culto foram vilipendiados publicamente num evento, pasmem, oficial.

O correto, se o país não fosse um circo, uma republiqueta de banana governada por um corja de bandidos, seria a polícia deter a passeata, retirar os objetos de culto vilipendiados da exposição pública e levar os responsáveis detidos, além de tomar medidas penais cabíveis contra a prefeitura, que foi conivente com esta afronta à Constituição Federal e ao Código Penal.

Pessoas, não estou tomando partido pelos religiosos ou pela religião, apenas constatando o que está previsto em lei.

Sou ateu, mas sou sensato e justo.

Protestos contra as sandices proferidas pelos líderes religiosos podem ser feitos de maneira inteligente e efusiva sem a necessidade de infringir a lei.

Como sempre tenho falado esses movimentos ditos sociais só fazem mal à sociedade, não colaboram em nada para tornar a convivência mais homogênea, muito pelo contrário, eles sempre arrumam um jeito de fazer merda e segregar ainda mais a sociedade, incrível.

Não sou contra passeatas e paradas, sejam elas gay, de Jesus, de aliens, de duendes, DC ou Marvel, etc., contanto que não sejam com dinheiro público! É triste saber que financiamos mais um ato criminoso, com tantos hospitais e escolas precisando de verba para obterem melhores estruturas.

Até!


terça-feira, 2 de junho de 2015

Etimologia das expressões - Português coloquial

Etimologia é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do
significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem; é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica.
Permita-me listar algumas expressões que usamos, mas desconhecemos a origem:
1- Puta que pariu! / Filho da puta! => Com certa frequência as meretrizes engravidavam, e muitas das vezes os filhos eram de homens importantes da sociedade. Porém, como este filho não era reconhecido por nascer fora do laço entre duas famílias poderosas, ele era um bastardo, e bastardos não possuíam direito algum da herança de seus pais. Os bastardos eram ignorados e marginalizados por "não" terem pai e por terem como mãe prostitutas. Daí a expressão é uma forma de denegrir a pessoa. Ex: Você é um filho da puta!
2- Vá pro caralho! / Vá pra casa do caralho! => As caravelas, dos tempos das grandes navegações, eram equipadas com velas e dependiam do vento para ter propulsão na embarcação. Entre os vários mastros, que sustentavam as velas, havia um principal, que era o mais alto. Nele havia uma escada rústica (tocos de madeiras ao longo do mastro) por onde os marujos subiam até uma base pequena, que ficava no topo do mastro, para avistarem bem longe e checar se havia outros navios ou terra à vista. Essa base era chamada de caralho. Quando alguém cometia indisciplina, o capitão ordenava que o infrator subisse até esta base e permanecesse lá como forma de punição, debaixo de sol ou chuva. Daí nasceu a expressão, que denota irritação com o interlocutor. Ex: Saia daqui, vá pra casa do caralho!

3- É foda! => Na verdade esta expressão é um forma contracta de "é uma foda mal dada", originada na França, pela nobreza que cercava o então rei Luís XVI, que não transava direito com a rainha Antonieta por conta de uma fimose, isso o impediu de consumar o fato direito e de ter herdeiros (por anos). Às amigas a rainha reclamava que era "uma foda mal dada". 
Adendo: Foda vem do inglês fuck, que se originou no filandês arcaico "fokker", que significa "cópula". A expressão, como não poderia deixar de ser, denota insatisfação. Ex: Esse trânsito tá foda!

4- Vá tomar no cu! => No final da Idade Média, quando a Europa foi assolada pela peste bubônica, muitas pessoas eram medicadas com chás e outras misturas da época para o tratamento. Sem antibióticos, os médicos se viravam com o que dispunham. Porém, além da febre alta, outro sintoma que acometia os enfermos era o inchaço das amídalas, que as impossibilitavam de beber alguma coisa. Desta forma o médico aplicava seus remédios via anal nas pessoas, pois eles já sabiam que o corpo absorvia também por ali. Mas tal procedimento, além de invasivo, era totalmente desagradável e dolorido (pelo menos para alguns). No momento em que chegavam os enfermos, eles passava por uma espécie de triagem, onde um médico examinava e distribuía os pacientes. "este vai tomar pela boca", "este vai tomar pelo cu". Daí nasceu a expressão, que denota desejo pelo desprazer do interlocutor. Ex: Não quero falar contigo, vá tomar no cu!
5- Que merda! / Merda! => A Roma antiga era uma cidade extremamente desenvolvida para seu tempo e com o advento das conquistas do império, o governo romano vivia de expandir seus domínios e sua civilização pelas cidades conquistadas. Porém, naquela época não havia sistema de coleta e tratamento de esgoto, os romanos construíram dutos que saíam dos banheiros e eram levados até uma cisterna principal, onde todo dejeto ia se acumulando. Como eram muitas pessoas nas cidades, essas cisternas eram limpas diariamente pelos escravos. Quando o imperador conquistava uma nação, ele colocava os inimigos da nobreza conquistada para se juntar aos escravos nestas tarefas como forma de humilhação. Ele ordenava "vocês irão à merda!". Esta expressão denota irritação e desdém para com o interlocutor. Os nobres se espantavam com o que viam nas cisternas e exclamavam "que merda!", que virou uma expressão que denota tarefa e/ou situação desagradável. Ex: Não quero saber, vá à merda! / Cara, quando vi aquilo eu pensei "que merda!".
Existe as variantes destas expressões, mas estes cinco são a pedra fundamental que enriqueceu o nosso idioma, e são gramaticamente classificadas como "Português Coloquial".
Obs: Este artigo não tem compromisso com a verdade... 
Emoticon grin
Até a próxima!

Direitos Humanos (Parte V - A respeito dos direitos)

Observe os direitos de forma reduzida e suas violações gritantes:
1. Todos Nascemos Livres e Iguais - (deveria, mas a realidade é outra);
2. Não Discrimine - (cotas);
3. O Direito à Vida - (abortos);
4. Nenhuma Escravatura - (trabalhadores de madeireiras, carvoarias, olarias, etc);
5. Nenhuma Tortura - (tribunal do tráfico, sistema prisional, etc.);
6. Você Tem Direitos Onde Quer que Vá - (O congresso, a casa do povo, bateu a porta na cara dos cidadãos no fim do ano passado, no Paraná ocorreu o mesmo neste mês de Maio);
7. Somos Todos Iguais Perante a Lei - (Lei Maria da Penha, idade de aposentadoria, regras do Minha Casa Minha Vida, cotas, entre outros);
8. Os Direitos Humanos são Protegidos por Lei - (realmente, o que falta é punição aos criminosos);
9. Nenhuma Detenção Injusta - (hahaha);
10. O Direito a Julgamento - (em tese deveria ser assim);
11. Estamos Sempre Inocentes até Prova em Contrário - (linchamentos);
12. O Direito à Privacidade - (nos tempos de hoje, sorria! Você está sendo filmado);
13. Liberdade para Locomover - (A não ser que seja pra protestar, aí não pode);
14. O Direito de Procurar um Lugar Seguro para Viver - (Favela é show!);
15. Direito a uma Nacionalidade - (Por isso imigrantes chegam a torto e a direito);
16. Casamento e Família - (vish... Gays e lésbicas mandaram lembranças);
17. O Direito às Suas Próprias Coisas - (comunistas não curtiram);
18. Liberdade de Pensamento - (intolerantes de esquerda, direita e religiosos não curtiram);
19. Liberdade de Expressão - (Politicamente correto e mimizentos não curtiram);
20. O Direito de se Reunir Publicamente - (Desde que não seja Parada Gay e Marcha pra Cristo);
21. O Direito à Democracia - (Fidel não curtiu isso, Kim Jong-Un também não);
22. Segurança Social - (O médico da Lagoa e o pescador da favela da Maré não souberam o que é isso, entre milhões de outros);
23. Direitos do Trabalhador - ("Não mexo nos direitos do trabalhador!", ela disse, "nem que a vaca tussa", ela disse);
24. O Direito à Diversão - (Isso o brasileiro sabe fazer, aliena-se com qualquer merda);
25. Comida e Abrigo para Todos - ("O Brasil saiu do mapa da fome" hahahahahahahahahahahahaha - pobre ONU, não conhece um pessoal do Pará, que come rato rabudo por falta de opções);
26. O Direito à Educação - (a julgar pelo que o pessoal escreve nos posts feicibuqueanos...);
27. Direitos de Autor - (pirataria não curtiu isso);
28. Um Mundo Justo e Livre - (Claro, não temos desigualdade econômica por aqui, fica fácil);
29. Responsabilidade - ("Foi o FHC", vish...);
30. Ninguém lhe pode tirar os seus Direitos Humanos - (Direito dos Manos curtiu isso).

Direitos Humanos (Parte IV - o "Direito dos Manos")

Esta é a parte que confunde a cabeça das pessoas...

Toda vez que um crime bárbaro acontece no Brasil, uma comissão de Direitos Humanos é deslocada para garantir que os direitos do criminoso não sejam violados, e aí que começa o pandemônio.
"Esses FDP do DH já vão lá passar a mão na cabeça do bandido!"
Normal. eu fico puto! Mas...
Pessoas, entendam que, por mais revoltante que seja, por mais que fiquemos indignados, a função da comissão do DH é fazer o que fazem, pois está na lei federal que rege a nação e também na Declaração dos Direitos Universais do Homem.
Nossa Constituição Federal possui artigos que foram abertamente copiados da declaração universal. Logo de cara, no artigo 1º vem a declaração de que "Todos são iguais perante a lei...". O artigo 5º também foi inspirado nessa linha de raciocínio, pois é a defesa do cidadão contra o estado, para prevenir tirania.
O que nos enraivece é que nossa lei não é severa para com os criminosos, nossa constituição tem falhas terríveis no que tange ao tratamento dispensado aos criminosos, sendo uma lei tão branda que não chega a inibir comportamentos bárbaros por parte dos meliantes.
Não é a comissão de DH que deve ser repreendida, mas as leis.
Vale lembrar que a declaração universal da ONU não é obrigatória, apenas uma referência mundialmente aceita. Por isso que há vários países que violam estes direitos, mas tudo que a ONU pode fazer é pressão externa, ela não pode interferir na legislação soberana do país violador.
Você percebe como a legislação do país é determinante na punição do criminoso?
Com a impunidade em nossa legislação, a única solução seria reescrever as leis e assim estabelecer penas mais duras aos infratores, para tanto seria necessário formar uma Assembléia Constituinte para redigir uma nova Constituição. Caminho difícil, muito improvável.
No próximo post, os direitos comentados...
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Direitos Humanos (Parte III - Os direitos)

Aqui chegamos ao ponto central, a descrição de cada direito que uma pessoa possui. Veja aqui os 30 direitos expressos em artigos:

DOCUMENTO OFICIAL
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM


Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3.º
Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4.º
Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob qualquer forma, são proibidos.
Artigo 5.º
Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes.
Artigo 6.º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei.
Artigo 7.º
Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8.º
Todas as pessoas têm direito a um recurso efectivo dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos que violem os seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9.º
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10.º
Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas.
Artigo 11.º.
  1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume–se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
  2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.
Artigo 12.º
Ninguém deverá ser submetido a interferências arbitrárias na sua vida privada, família, domicílio ou correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques todas as pessoas têm o direito à proteção da lei.
Artigo 13.º
  1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
  2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14.º
  1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
  2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 15.º
  1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
  2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16.º
  1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
  2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
  3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.
Artigo 17.º
  1. Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à propriedade.
  2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18.º
Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de credo, assim como a liberdade de manifestar a sua religião ou credo, sozinho ou em comunidade com outros, quer em público ou em privado, através do ensino, prática, culto e rituais.
Artigo 19.º
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, este direito implica a liberdade de manter as suas próprias opiniões sem interferência e de procurar, receber e difundir informações e ideias por qualquer meio de expressão independentemente das fronteiras.
Artigo 20.º
  1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
  2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21.º
  1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
  2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
  3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; e deve exprimir–se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22.º
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23.º
  1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfactórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
  2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
  3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfactória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
  4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24.º
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
Artigo 25.º
  1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem–estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
  2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma proteção social.
Artigo 26.º
  1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
  2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
  3. Os pais têm um direito preferencial para escolher o tipo de educação que será dada aos seus filhos.
artigo 27.º
  1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
  2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28.º
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29.º
  1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
  2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem–estar numa sociedade democrática.
  3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30.º
Nada na presente Declaração pode ser interpretado de maneira a conceder a qualquer Estado, grupo ou indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.