terça-feira, 29 de setembro de 2015

Da série política na rede: Abaixo o estereótipo de senzala.

Em 13 de maio de 1888 foi promulgada a Lei Áurea, que dava cabo da escravatura no Brasil. O processo de libertação foi gradual e a lei da abolição foi feita após três leis anteriores (Lei Eusébio de Queirós de 1850; Lei do Ventre Livre de 1871; e a Lei dos Sexagenários de 1885).

Neste dia milhares de negros foram soltos, com uma mão na frente e outra atrás, num mundo desconhecido, que os repelia em preconceitos.

Embora muitos escravos possuíssem boa relação com seus senhores desde a época da escravidão vigente (alguns ascenderam a ponto de terem seus próprios escravos), a maioria esmagadora não contava com qualquer tipo de amparo, sendo tratados como sub-raça, que deveria acatar ordens sem contestação sob pena de sofrerem punições severas na carne.

Essa debandada de pessoas sem recursos, estudo, abrigo, sem um caminho a seguir, sem um destino certo levou muitos a retornarem às fazendas e a se submeterem aos seus antigos algozes.

Como se pode ver, às vezes as leis são feitas para servirem de vitrine ao mundo, mas que na prática não ajudam em nada, pelo contrário, se antes os negros foram levados às fazendas pela força, agora retornam empurrados pela humilhação.

Não, não foi fácil passar por tal situação.

Entretanto houve muitos escravos com brios, com gana, homens e mulheres cujo valor excedia em muito as pratas que outrora pagaram por eles.

Estes, contra toda circunstância, se abrigaram às margens das cidades e criaram as próprias comunidades. Muito trabalho teve que ser feito para assentar as pessoas, mas trabalho era algo que não faltou ao longo de suas vidas e não seria agora que eles dariam pra trás, não quando o suor é todo derramado por eles mesmos.

Assim muitas favelas foram criadas e por décadas foram locais considerados non-grato pelos moradores do "asfalto". Entretanto, para os antigos escravos muito melhor era viver num barraco sendo livre do que num palácio sendo escravo, ainda mais quando a realidade deles não era palácio, mas senzalas.

O negro pós abolição possuía o estereótipo de sub-raça, de escravo, um ignorante que não servia pra nada além de trabalhar e servir seus donos.

O tempo passa e os filhos destes negros são criados para serem melhores que seus pais. E são. Com toda adversidade eles respeitam a luta de seus pais por eles e os honram. Eles enfrentam uma sociedade separatista. Porém muitos brancos já se relacionavam com os negros, muitos tinham ojeriza pela escravatura e procuravam aproximar dos negros para provar que a monstruosidade e imoralidade de alguns brancos não era algo que encontrava eco em toda raça.

E assim nasceram os pardos, tão negros em sua raça quanto os escravos.

O negro mais uma vez muda o estereótipo. Não mais vistos como escravos e sub-raça, mas como ignorantes, pobres e carentes de toda sorte de coisas necessárias à uma vida digna.

Com o tempo a sociedade vai mudando. Negros passam a estudar, alguns se tornam proeminentes, embora nem isso os livre de injúrias raciais e racismo. Mas as coisas mudaram.

Muitos negros se tornaram conhecidos e ganharam notoriedade social.

Luís Gama, que sendo filho de branco com negra (pardo, como eu), nasceu durante a escravidão e foi analfabeto até os 17 anos, para depois se tornar orador, escritor e rábula (advogado sem formação, mas com permissão para atuar). Luís Gama intercedeu juridicamente pela própria liberdade e de outros, sendo conhecido como um dos maiores abolicionistas do Brasil, ao lado de José de Alencar e Joaquim Nabuco.


Martin Luther King Jr., grande orador, ativista político e influenciador da comunidade negra nos EUA cujo discurso nomeado "I have a dream" (Eu tenho um sonho), entrou para a história como um dos maiores da história dos negros no mundo ocidental. 


Percy Lavon Julian, neto de escravos nos EUA, um exímio químico que mudou o mundo ao desenvolver esteróides, progesterona e testosterona sintetizados de plantas, possibilitando produção em larga escala. Percy se tornou o maior cientista norte-americano de seu tempo e um dos maiores da história mundial.

Entre outros.

Desta forma os negros provaram que podem tanto ou mais quanto qualquer outro, mostraram que sua capacidade não pode ser questionada pela cor da pele.

Todavia tem acontecido algo que parece macular toda essa história de luta e perseverança, que grandes negros protagonizaram no passado: O movimento negro!

Os ditos movimentos negros têm feito caminho inverso aos ideais dos verdadeiros guerreiros e guerreiras da raça negra. Se antes os negros lutavam pra provar que são capazes de alcançar seus objetivos, os movimentos negros de hoje imploram por ajuda estatal, negando a própria competência. Os líderes deste movimento parecem não aceitar ascensão independente do negro, não permitem nem gostam de ouvir falar de algum que subiu por esforço próprio, pelo contrário, ofendem e oprimem quem se nega a seguir suas cartilhas xingando-os de "negro da casa grande", "negropeu", "palmiteiro" (por se relacionar com brancos), entre outras estupidezes. Eles obrigam que todos se submetam ao estereótipo de pobre coitado incapaz de conseguir as coisas sem ajuda de terceiros. Isso é abominável! Essa turma se alimenta de miséria e carência a fim de obter ajuda financeira estatal para suas ONGs e fundações.

No fim não é o bem estar do negro que lhe interessa, mas a verba governamental. Bando de hipócritas mercenários!

Ver um negro apoiando um roubo praticado por outro negro sob a frágil desculpa de que o branco sempre o oprimiu e que tal atitude é não só justificável, mas correta, acaba por imputar aos negros um estereótipo jamais pensado por aqueles que saíram da escravidão e que lutaram para se estabelecer, é um tiro no pé da raça negra, é cuspir na história de luta de seus antepassados.

Não, não se deve aceitar o estereótipo de senzala, de que negros são sub-raça, vagabundos, ignorantes, que não podem conseguir nada a não ser por meio de paternalidade estatal ou pelo crime. Negros são muito mais do que isso.

Os negros devem repudiar esse tipo de atitude, não devem acatar, devem repelir! Negros não são bandidos e incapazes, nem são inferiores. Aceitar um roubo como correto é ser complacente com o errado, com o que tem que ser excluído da sociedade.

Os negros não querem paternalismo nem precisam de cuidados especiais, mas de oportunidades iguais, somente isso.

O resto virá naturalmente, os grandes da história já provaram isso.

Abs!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O fim não está próximo, já aconteceu.

Circula na grande rede a foto que se tornou viral, onde um menino de aparentemente 3 anos se encontra morto em uma praia da Turquia.

A notícia é que ele é uma das vítimas de um naufrágio que ocorreu durante fuga desesperada de pessoas da região da Síria, onde uma guerra sanguinária entre extremistas se instalou e tem ceifado milhares de vidas inocentes.

A foto choca pela brutalidade que uma inocente criança sofreu por conta da ganância, impiedade e irresponsabilidade de pessoas que visam única e exclusivamente o poder absoluto no país.

Esta é a maior crise migratória que o mundo sofre desde a Segunda Guerra Mundial quando a movimentação de expatriados fervilhava no planeta. Especialistas já afirmam que esta é a maior catástrofe humanitária da história da União Europeia.

O bloco europeu, principalmente do leste, tem se mostrado rígido em aceitar foragidos da África e Ásia, mesmo que isso esteja acordado em tratados recentemente assinados, pois com a crise econômica instalada no velho continente, os governos não tem sustento nem para os seus cidadãos, o que dirá para os expatriados.

Tal inflexibilidade tem gerado manifestações de repúdio por parte da comunidade internacional, que roga à Europa mais humanidade para com os foragidos, que num completo desespero, querem apenas uma chance de viver com pouco mais de dignidade humana.

Todavia há de se levar em conta que não é tão simples resolver esta questão. Ao mesmo tempo que a Europa deve se esforçar para atender o máximo de foragidos que puder, ela também não pode simplesmente abrir as fronteiras e receber um tsunami de expatriados em seu território, pois isso além de não resolver o problema deles ainda vai criar um para si mesma. Não é tão simples como muitos pensam.

Entretanto o que tenho observado é que alguns anticapitalistas, aqueles socialistas-comunistas, que são os heróis detentores da verdade absoluta que levará o planeta ao convívio de paz e prosperidade, têm utilizado de tal cenário para culpar o sistema, como se fosse o capitalismo e não as tiranias ditatoriais das nações africanas e asiáticas que promovessem essa situação.

Não, meus caros, não é o capitalismo! É justamente em nações onde o livre mercado é impedido, onde as manifestações de empreendedorismo individuais são cerceadas que acontece esse tipo de coisa. Todas as nações onde o estado é gigantesco, e toma todas as decisões, possuem um povo miserável, faminto, atrasado, carente e escravizado. É justamente essa mistura abominável de condições sub-humanas que dão forças para que pessoas fujam pra lugares melhores, onde o "abominável" capitalismo não é impedido.

Por isso você vê norte-coreanos tentando fugir pra Coreia do Sul e cubanos fugindo pra Miami.

É pura desonestidade intelectual querer usar uma tragédia pra culpar o sistema que não tem nada a ver com isso. É óbvio que o capitalismo têm seus problemas, mas socialismo e comunismo não funcionaram nem funcionam em lugar algum.

A situação da Europa deve ser bem trabalhada, mas o problema, o foco de todo mal são os países de origem dos foragidos, são os governos lá instalados que devem ser depostos. Enquanto não tirarem os tiranos do comando nada será resolvido, deve-se matar o problema na origem.

Lamento não só pela criança, mas por todos os foragidos, que maltratados em sua própria terra natal se vêem obrigados a arriscarem suas vidas em busca de um lugar onde possam ter paz.