terça-feira, 2 de junho de 2015

Da série "História na rede": A banalidade do mal.


O tema não é agradável, mas trata de um acontecimento que pode ser considerado "ontem" na história da humanidade, pois ocorreu há pouco mais de 70 anos: O Holocausto.
Imagine um país cujo planejamento socioeconômico de logística e indústria seja exterminar pessoas.
Este país é adepto ferrenho da eugenia, e entre as metas de estabilidade e crescimento econômico, aumento de sua produção industrial e aumento de seu faturamento e renda interna, está também a eliminação de pessoas cujas raças sejam consideradas inferior.
Por mais surreal que pareça, este era o quadro da Alemanha nazista. Nunca antes na história houve um período tão bem estruturado para o assassinato em massa. Entre os campos de concentração existiu o mais horrendo e desumano de todos, o terrível campo de Auschwitz.
Pessoas, parece estória criada, às vezes não dá pra acreditar na capacidade dos nazistas em praticar tanto mal a outros seres humanos.
Auschwitz tinha três pólos, o industrial, o logístico e o de extermínio. Nas indústrias do campo os prisioneiros trabalhavam como escravos, bem como na logística, pois Auschwitz foi intencionalmente construído por onde passava a mais importante malha ferroviária, e isso facilitou a logística tanto de material para indústria quanto de prisioneiros para o extermínio.
Agora pense nisso, o pólo de extermínio foi construído pelos próprios prisioneiros e eles sabiam que os fornos e câmaras de gás cedo ou tarde seriam o destino deles.
Em seu auge o campo de Auschwitz "produzia" 20 mil cadáveres por dia, isso mesmo, havia metas de produção em escala industrial de corpos.
Havia vários campos, havia só pra mulheres, como também só para crianças. Você consegue imaginar o horror que as crianças, afastadas de seus pais, sentiram naqueles campos? Consegue conceber a violência que as mulheres foram obrigadas a suportar nas mãos de homens inescrupulosos?
Considerem que, além de toda tortura, os nazistas faziam experimentos nas pessoas, abriam crânios pra ver funcionamento do cérebro humano, rasgavam barriga de grávidas para ver por dentro a formação do bebê, abriam peitoral de crianças com tosse para ver o pulmão, entre outras atrocidades.
Uma ironia maligna era estampada na entrada de todos os campos, que no vão de entrada exibia algo como "O trabalho liberta", pois os prisioneiros trabalhavam até a exaustão e depois eram executados, então ganhavam sua "liberdade" através da morte.
Hannah Arendt descreveu tal estrutura bem organizada como "a banalidade do mal", pois tal qual vemos pessoas hoje em cartórios despachando documentos, carimbando, etc., naquele tempo havia também pessoas que selavam destino dos outros assim, carimbando aqui e acolá, este para aquele campo e aquela para este.
Soa como loucura, mas ocorria.
As maiores vítimas foram os alemães com deficiência (física ou mental), gays, eslavos, búlgaros, húngaros, soviéticos do exército inimigo e, disparado, os judeus.
Calcula-se que 17 milhões de pessoas foram mortas no período da Alemanha nazista, um número expressivo e obtido por meio de uma gigantesca estrutura muito bem organizada com esta única finalidade, que era matar pessoas.
Então, meus caros, cuidado ao chamar outra pessoa de nazista, é um termo muito pesado para ser utilizado, dado o legado horrendo que este governo deixou na história.
Não banalize o mal.

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